Audiência de instrução e julgamento dos acusados acontece na semana que vem

Será realizada entre os dias 19 e 22 de setembro, portanto entre segunda e quarta da próxima semana, a audiência de instrução e julgamento dos suspeitos de envolvimento na morte de Maria Fernanda Camargos, 5 anos. A criança faleceu após ser queimada em um suposto ritual de cura, em Março deste ano.

Seis pessoas, denunciadas pelo Ministério Público, respondem pelo crime. São elas: a mãe da menina, uma tia, seus avós maternos, um guia espiritual e o auxiliar dele. Apenas o avô e o auxiliar estão em liberdade. Os demais aguardam o julgamento recolhidos em presídios de Frutal e Uberaba.

O que a audiência de instrução e julgamento?

A audiência de instrução e julgamento criminal é o principal ato de um processo, seja de procedimento ordinário, sumário ou sumaríssimo, uma vez que, é nela, que serão ouvidas as testemunhas, a vítima, os peritos e, o acusado.

O que se sabe sobre o crime?

Conforme o delegado Murilo Cesar Antonini, o caso começou a ser investigado depois que a Polícia Civil tomou conhecimento, por meio da imprensa, de que teria ocorrido um acidente doméstico com uma criança envolvendo churrasqueira e álcool no dia 23 de março. Maria Fernanda Camargo teve 100% do corpo queimado e, devido à gravidade dos ferimentos, ela morreu no dia seguinte.

Porém, também houve a informação de que o pai de Maria teria estranhado o comportamento da mãe, da tia e dos avós que estariam presentes nesse churrasco, além da presença de um guia espiritual no local. Baseado nisso, a Polícia Civil descartou a hipótese de um acidente doméstico e instaurou inquérito para apurar um suposto homicídio culposo – quando não há intenção de matar.

“Porém, ao longo da investigação, foram ouvidas testemunhas e os médicos que atenderam a vítima, e foram juntados laudos periciais. Com esses elementos, concluímos que não houve acidente doméstico e tampouco homicídio culposo, mas sim, homicídio doloso, com dolo eventual”, explicou.

Ainda conforme o delegado, durante as investigações, foi descoberto que a criança teria sido banhada com álcool, misturado com ervas e uma vela acessa aproximada ao corpo, que fez com que ela fosse queimada viva. A partir daí, a Polícia Civil representou pela prisão temporária da mãe, dos avós e do guia espiritual e deflagrou a Operação “Invocação da Verdade”, no dia 20 de abril.

Na ocasião, os avós, a tia e a mãe de Maria Fernanda Camargo foram presos suspeitos de homicídio durante ritual de evocação e incorporação de espíritos. Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão, resultando em celulares e documentos apreendidos. Uma 6ª pessoa envolvida foi identificada posteriormente. O suspeito é um amigo do guia espiritual.

Reportagem: Samir Alouan

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rdportari

Jornalista, professor universitário, Dr. em Comunicação