Ex-funcionária do Hospital Frei Gabriel faz questionamentos sobre processo seletivo da Prefeitura

Atendendo a um pedido popular, o presidente da Câmara, Juninho do Sindicato, concedeu o uso da tribuna livre para a ex-funcionária do Hospital Frei Gabriel, Aline Miranda Souza. na reunião de segunda-feira (6).

Na ocasião, ela cobrou o acerto trabalhista que a Prefeitura ainda não fez com os ex-funcionários que trabalhavam pela Med Life (empresa que tinha concessão dos serviços no hospital).

Também fez apontamentos sobre o processo seletivo – que ela classificou como “duvidoso” – realizado recentemente pela Administração para contratação do quadro de servidores que passam a atuar no Frei Gabriel a partir de agora.

Aline denunciou que, no mês de agosto de 2022, foi a última vez em que foram depositados os FGTSs (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) dos servidores. Após essa data, os benefícios eram descontados da folha de pagamento, porém, não foram depositados nas contas da Caixa Econômica, gerando um visível prejuízo aos servidores.

Ela relata ainda que, em setembro, a Administração retirou a empesa Med Life e garantiu que ninguém precisava se preocupar porque não iria ficar sem o acerto trabalhista, bem como, não iria perder o emprego, a não ser por vontade própria.

A respeito do processo seletivo ocorrido no mês de fevereiro deste ano, Aline relatou que foram quase 5.000 inscritos, sendo que a empresa contratada para conduzir o certame concluiu a escolha dos servidores num prazo de menos de 24 horas.

Uma situação apontada pela ex-funcionária é que uma colega de trabalho teria tirado a nota “5” por experiência no cargo e, após fazer algumas reclamações do processo, sua nota baixou para “4,5”. “Não entendemos que critérios utilizaram para baixar os pontos dela. Também tivemos pessoas com 15 anos de trabalho que não foram contratadas, sendo que o peso maior era a experiência”.

Aline relatou a sua própria situação. No edital, premiava-se o funcionário com 5 pontos por “experiência”. Entretanto, apesar de ter mais de três anos de trabalho, seu cargo – denunciou ela – foi ocupado por uma parente da esposa do prefeito (Bruno Augusto) que não tem qualquer experiência na função em que passará a exercer.

A ex-funcionária enfatiza ainda que são 193 famílias que aguardam receber o que é de direito. “Para festa de aniversário, sempre tem recursos. O prefeito diz que ‘em breve’, ele paga, mas as contas e a fome não esperam. Na pandemia, ficamos quatro anos sem tirar férias. Estamos sem acerto trabalhista, sem seguro desemprego. Enquanto isso, ele quase dobrou o salário de pessoas amigas. Onde a saúde vem em primeiro lugar?”, questiona.

Aline observa que a forma mais justa seria uma prova de conhecimentos específicos, pois, assim, não haveria favorecimentos; o que não aconteceu. Diante disso, ela ressalta que é preciso que se investigue esse processo seletivo.

Em razão destas graves denúncias, os vereadores manifestaram apoio e que eles precisam ter acesso às cópias e processos a fim de se inteirarem sobre o assunto. Eles foram unânimes em dizer que é preciso buscar uma solução urgente para o problema.

“A Câmara não vai se omitir; temos obrigação de fiscalizar esse processo”, declarou o vereador Jarbinhas. Também o presidente Juninho do Sindicato salientou a necessidade de acompanhamento urgente do assunto. “Conte conosco. A Câmara vai apurar isso; não seremos coniventes”, finaliza.

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