Professores da Rede Municipal passam por capacitação para aprenderem como ajudar estudantes vítimas de violência
Algumas crianças podem até falar que não gostam de estudar, mas todos nós sabemos que a maioria dos estudantes se sentem protegidos e acolhidos no ambiente escolar. Aliás, muitos estudantes costumam buscar auxílio e acolhimento de professores e servidores em momentos de perigo e dificuldade.
Por isso, a Secretaria de Educação, o Ministério Público e o Poder Judiciário se uniram para promover uma capacitação para os professores da Rede Municipal de Educação, para que esses profissionais saibam como lidar e ajudar estudantes que foram vítimas de violência ou tiveram alguns dos seus direitos violados.
Essa capacitação ocorreu por meio de uma palestra realizada no Fun Rotary e ministrada pela psicóloga Ana Carla Ferreira Silveira.
Durante a palestra, Ana Carla usou toda a sua experiência de anos à frente do projeto Acolher em Frutal para orientar os professores sobre como eles devem fazer a abordagem dessas situações sem provocar a revitimização dos estudantes.
A psicóloga falou sobre o depoimento especial e a escuta especializada, duas ferramentas fundamentais para serem usadas em casos de violência. “Sabemos que casos de violência geram uma certa curiosidade, um burburinho, mas é preciso saber como abordar, como conversar, como acolher essa criança para que o trauma dela não seja ainda maior”.
Já o Juiz da 2ª Vara Criminal e da Vara da Criança e do Adolescente de Frutal, Thales Cazonato, destaca que a cidade teve uma franca evolução no combate à violência contra a criança e ao adolescente. “Hoje, a cidade conta com uma Delegacia Especializada, com o CRAM e com outras entidades que prestam o serviço, tanto de acolhimento dessa vítima como órgãos responsáveis pela investigação desses casos quanto de punição dos agressores”.
O Promotor de Justiça, Roberto Carlos Alves de Oliveira, ressalta que o ambiente escolar é um local onde costumam ocorrer a descoberta de muitos casos de violência contra crianças e adolescentes. “Isso acontece porque as crianças se sentem seguras e protegidas ali. Por isso, precisamos capacitar e implantar ferramentas que tornem esse primeiro atendimento mais humanizado e célere e também para que toda a rede de proteção tome conhecimento o mais rapidamente possível sobre esse caso”.
O Secretário de Educação, Marco Antonio Gaioso de Queiroz, disse que a intenção é tornar as escolas e cemeis municipais ambientes mais acolhedores e seguros para os estudantes. “Por isso, achamos essencial promover essa capacitação. É claro que não desejamos que nenhum estudante seja vítima de violência, mas é importante que esse aluno saiba que em caso de necessidade, ele pode contar com o amparo e o acolhimento especializado da comunidade escolar”, finalizou.