O custo de vida do frutalense
O custo de vida do brasileiro – e do frutalense por conseqüência – tem subido a cada dia que passamos. Mesmo com a redução nas tarifas de energia elétrica ou com a desoneração dos produtos da cesta básica, confesso que estou assustado com o patamar dos preços de alguns gêneros alimentícios.
Cito, como exemplo, o preço do quilo do tomate em supermercados da cidade. Item praticamente “básico” numa salada do “dia-a-dia”, acredito que na maioria das casas dos frutalenses sempre há uma saladinha de “alface e tomate” para acompanhar o arroz, o feijão e um pedaço de carne. Mas tomei um susto ao ver que o preço chegou a R$9,99 por quilo. Confesso que nunca esperava me deparar com um valor tão alto para um iguaria tão comum em nosso cardápio. O preço está tão alto que o consumidor se vê num dilema: comprar um quilo de carne de frango ou comprar o tomate para a salada?
A partir daí começo a refletir o quanto os moradores da cidade se desdobram para levar uma vida predominantemente de classe média. O litro da gasolina em torno de R$3,09 enquanto o litro do álcool gira em torno de R$2,10. Isso sem falar no preço da carne que, mesmo aquelas de “segunda” estão aí a um preço médio de R$12 a R$14 o quilo. Ou o leite longa vida a R$2,09 os mais baratos.
Explicações para esse fato, sem dúvida nenhuma, teremos várias: excesso de chuva, falta de chuva, aumento do salário, diminuição na oferta do produtor, impostos municipais, impostos estaduais, impostos federais, entre tantas outras. Também há o discurso idealista que acompanha essa situação: “sinal de que o brasileiro está ganhando melhor; aumentou o poder aquisitivo da população; se você consegue pagar esse preço no tomate e na carne é porque você está empregado” e por aí a fora. Mas a reflexão que fica é: até quando o bolso do consumidor vai agüentar? Até quando pagaremos o “pato” pelos vários “I”s de impostos? E até quando uma cidade com economia quase predominantemente rural, pagará tão caro por produtos gerados aqui?
Temos criações de gado de corte na cidade. Temos laticínio. Temos usina de álcool e açúcar. E basta atravessar a ponte do Rio Grande, chegar ali no vizinho estado de São Paulo, que encontraremos muitos produtos a preço muito abaixo dos praticados por aqui.
Infelizmente, essa é a realidade que vivemos hoje em Frutal. E acredito que, infelizmente, estamos longe de ter o poder de muda-la.
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