O Gigante Acordou… e depois?
Uma pergunta que sempre “latejou” em minha cabeça durante a onda de protestos no período da Copa das Confederações foi: e depois? Tentei refletir muito sobre o que seria o momento posterior às ondas de protestos, demandas e quebra-quebra que assistimos por todo o país, tentando entender para onde a sociedade iria, como os políticos reagiriam e, principalmente, quais os reflexos futuros disso para a vida de cada cidadão brasileiro.
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Passados praticamente 30 dias após as primeiras marchas em São Paulo, aquelas que tinham como foco os R$0,20 do aumento da tarifa dos ônibus, o que vejo – e sinto – é que o esperado enfraquecimento da onda gerada naquelas revoltas de fato aconteceu. Mais que isso, tivemos alguns avanços, mas ainda não vi mudanças de fato significativas para a vida de nossa população.
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Tivemos, desde a redução da tarifa como o demandado desde o início e a rejeição da PEC 37, algumas poucas mudanças. A principal delas e provavelmente a mais esperada é a questão da reforma política onde há pontos polêmicos a serem debatidos tais como o financiamento de campanhas com dinheiro público e o fim das coligações e votos por legenda.
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Na prática, esses dois pontos dizem o seguinte: 1) pegamos os impostos pagos por nós, trabalhadores, e damos para os candidatos se promoverem a fim de serem eleitos; 2) com o fim das coligações e legendas, elege-se quem tiver mais votos e não aquele que foi eleito por “proporcionalidade”, como aconteceu com vários mensaleiros que voltaram ao Congresso graças ao efeito “Tiririca” nas eleições.
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Nesse aspecto, após todo aquele período onde o “Gigante” teria acordado, teremos de forma significativa, a meu ver, o referendo proposto pelo Congresso, onde a população será convocada às urnas para votar se aprova ou não o texto final da reforma política que vai ser proposta por, pasmem, esses mesmos políticos corruptos que se elegeram à rebarba do voto alheio.
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Observando o cenário atual, com a virtual queda de popularidade de Dilma e o virtual fortalecimento de seus concorrentes, como Aécio Neves e Marina, a pergunta que fiz desde o início e que repeti logo nas primeiras linhas continua sem solução na minha cabeça. E depois?
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Pode ser que até esteja muito cedo para entendermos esse “depois” das ondas. Mas temo que fiquemos por isso mesmo, do jeito que está, como “dantes no quartel de Abrantes”. Ou, como diz uma piadinha que circula largamente pela Internet nos dias de hoje, “O Gigante Acordou, fez xixi e voltou para a cama”. Sim, é o que sinto também. Que 2014 possa nos ajudar a alcançarmos uma resposta mais concreta ou adequada para essa pergunta.
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