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Major vai à Câmara e expõe chagas da segurança pública de Frutal

O major Júlio, comandante da 4a. Cia. Independente, foi à Câmara Municipal na noite de ontem. E para quem esperava que ele sairia de lá com muita cobrança, foi ele quem fez cobranças dos poderes públicos da cidade. Em sua fala, fez muitas cobranças ao Legislativo e Executivo municipal e estadual e disse que se a PM não consegue oferecer mais para a cidade, é porque, basicamente, falta estrutura.

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Para começar o major destacou que a estrutura do quartel de polícia em Frutal não é a ideal para desenvolver os trabalhos de segurança no município. Ele ressaltou que a cidade conta com cerca de 50 policiais trabalhando durante os turnos mas que, em ocorrências de grande vulto, consegue rapidamente reunir mais de 100 militares para dar uma resposta efetiva à comunidade. “Se quer fazer um projeto para o futuro, transformar o quartel num batalhão, é preciso começar a pensar nele. Temos que ter um projeto de futuro”, disse em entrevista à imprensa.

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Porém afirmou que boa parte do serviço da PM é desperdiçado com ocorrências de menor potencial ofensivo e que prejudicam, inclusive, o trabalho preventivo e ostensivo na cidade. “Mudar a cultura da cidade, não se muda, isso leva anos e anos. Mas, por exemplo, o maior emprego da PM nos dois primeiros meses foi por conta de perturbação de sossego. Enquanto estou trabalhando com isso, poderia estar fazendo abordagens em locais que têm potencial criminal maior”, alerta.

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Ele afirmou que desde briga de marido e mulher, perda de documentos, blitz de trânsito a questões mais complexas como homicídios, tráfico, etc., passam pela PM. Por isso ele afirma que para melhorar essa situação seria necessário que a população também colaborasse. “Você quer ouvir música? Tudo bem. Mas será que seu vizinho quer ouvir com você? Será que ele não tem que trabalhar no outro dia cedo?”.

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A fala do major é pontual, incisiva e expõe muito dos problemas culturais da cidade. E para quem acha que cobrar os poderes constituídos é errado, as cobranças feitas pelo comandante deram uma boa resposta.

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Digo isso porque recentemente o advogado Renato Furtado fez duras críticas e cobranças aos poderes constituídos na cidade e teve centenas de pedras atiradas contra ele. Pelo visto o discurso de Furtado está bem alinhado com o que é necessário para melhorar a segurança na cidade.

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Enfim, não dá para colocar tudo nas costas da PM e da PC, não é? Eles fazem o possível, mas sem colaboração do conjunto, todo o possível é pouco.

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rdportari

Jornalista, professor universitário, Dr. em Comunicação