Comissão Processante encerra investigação e propõe cassação do vereador Jhonathan Lavador
A Comissão Processante de Investigação (CPI) encerrou seus trabalhos nesta segunda-feira (10/6) com a leitura do relatório que versa a respeito da acusação de quebra de decoro parlamentar e má conduta do vereador Jhonathan Martins Siqueira (Jhonathan Lavador).
A comissão foi formada – através de sorteio e há cerca de 50 dias – pelos vereadores Alex Freitas (presidente), Gislene Maria (relatora) e Edivalder Cheiroso (membro). Após a leitura, o relatório foi entregue para o presidente da Câmara, Juninho do Sindicato.
A abertura do processo se deu após apresentação de uma denúncia feita pela cidadã frutalense Nancy Donizete Costa. Pesa sobre Jhonathan a acusação de estupro (um crime hediondo), na capital do Distrito Federal, Brasília, com condenação em segunda instância.
Durante a participação em um evento naquela cidade, no dia 25 de fevereiro de 2021, o vereador teria se aproximado de uma jovem que trabalhava para a empresa que ministrava o curso e a agarrado, tentando beijá-la, com lascívia, deixando-a constrangida. Havia apenas 55 dias que ele ocupava o cargo de vereador. A viagem e o curso foram pagos pela Câmara.
O processo corria em segredo de justiça, mas foi descoberto através de uma publicação feita neste ano no Diário Oficial de Brasília, fazendo com que a denúncia chegasse até a Câmara de Frutal e, assim, foi montada a comissão processante.
No entendimento do presidente da CPI, Alex Freitas, Jhonathan manchou a imagem da Câmara. No relatório apresentado por Gislene, a vereadora entendeu que são improcedentes as alegações apresentadas pelo acusado, sendo rejeitadas por acreditar que a atitude não condiz com a postura de um legislador. Ela enfatiza ainda que tal ação macula o nome do Câmara – que foi quem custeou suas despesas no evento – já que ele representava o Legislativo frutalense.
O relatório aponta ainda diversas pessoas de vários estados do Brasil como testemunhas do acusado, entretanto, pelo menos, cinco deles não foram encontrados para serem ouvidos. No entendimento da relatoria, se trata apenas de uma tática visando atrasar o trabalho Comissão Processante para se obter o arquivamento por ter extrapolado o prazo para análise.
Consta ainda no relatório, que o vereador Jhonathan jamais negou o crime, mas apenas requisitou à Justiça que o mesmo fosse desqualificado de “estupro” para “importunação sexual” que seria outra artimanha para que não se tornasse inelegível.
Diante da apresentação do relatório, o presidente Juninho do Sindicato marcou a sessão de julgamento para às 9 horas da manhã de segunda-feira (17/6), oportunidade em que o acusado poderá se defender. Se os outros 14 vereadores acatarem (por maioria) o relatório da Comissão, o vereador Jhonathan perderá seu cargo no Legislativo de Frutal. Todo o processo será lido na sessão em que poderá contar com a participação popular.